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Foto do escritorO Jardim das Terapias

Internet: uma faca de dois gumes?

Atualizado: 27 de mai. de 2024


mulher em jardim
Como professora, como formadora, como mãe, como terapeuta, como pessoa que usa e adora tecnologia - conheço os benefícios insubstituíveis da mesma e da Internet. Mas cada vez os alarmes tocam mais alto. Temos que os ouvir.

O uso precoce e excessivo da internet por crianças e adolescentes é um tema que gera grande preocupação entre (alguns) pais, educadores e especialistas. A fácil acessibilidade à tecnologia desde cedo, muitas vezes sem acompanhamento adequado, pode trazer diversos riscos para o desenvolvimento e/ou bem estar, como:


  • Problemas de saúde:  A falta de sono, o sedentarismo e a exposição excessiva à luz azul das telas podem prejudicar o desenvolvimento físico, mental e emocional das crianças.

  • Dificuldades de aprendizagem:  A distração constante com a internet pode dificultar a concentração, a atenção e a capacidade de aprendizagem.


  • Problemas sociais:  A falta de interação social presencial e a exposição a conteúdos inadequados online podem levar ao isolamento social, à ansiedade e à depressão. Note-se que, por exemplo, a violência no namoro entre jovens passa, também, pelo digital expondo fotos e vídeos privados, ...


  • Comportamento aditivo:  O uso excessivo da internet pode levar ao vício e à dependência. E hoje, a exposição à tecnologia, começa cada vez mais cedo nos primeiros anos de vida... já há jovens e adultos a necessitar de apoio, viciados pelo jogo, pela exposição e consumo das redes sociais.


  • Risco de bullying e assédio online:  O mundo virtual, embora pareça anónimo, pode ser palco de cyberbullying, assédio e outros comportamentos nocivos que podem por as crianças em risco - e que regularmente são noticiados, como sabemos.

Outros fatores de risco para o uso precoce da Internet:


  • Acesso irrestrito à internet:  Permitir que crianças tenham acesso livre e irrestrito à internet sem acompanhamento parental potencia os riscos a que estão sujeitas. Lembro que há filtros que podem ser adicionados para impedir o acesso nos dispositivos a conteúdo impróprio.


  • Falta de supervisão parental:  A falta de acompanhamento e orientação por parte dos pais sobre o uso da internet aumenta o risco das crianças se envolverem em atividades online inadequadas ou perigosas.


  • Uso excessivo de dispositivos eletrónicos:  O uso excessivo de tablets, smartphones e outros dispositivos semelhantes, desde cedo, pode levar à dependência e dificultar o desenvolvimento de outras habilidades importantes para as crianças (relacionais, comunicativas, escolares, afetivas, ...).


  • Pressão social:  A pressão dos amigos e colegas para usar a internet pode levar as crianças a acessarem conteúdos inadequados ou a envolver-se em comportamentos online de risco, sozinhos ou em grupo. Lembremo-nos que já houve jogos que, partilhados por esta via, levaram à morte, através de desafios perigosos que foram lançados e cumpridos.


Prevenção do Uso Precoce da Internet:


  • Estabeleça regras claras sobre o uso da internet:  Defina e faça cumprir horários específicos para o uso da internet, assim que crianças começam a conquistar autonomia no uso da Internet. V erifique sites e aplicativos permitidos (e benéficos, por exemplo para apoio ao estudo) e bloqueie conteúdos inadequados.


  • Mantenha um diálogo aberto com os seus filhos, alunos, ... Converse com os seus filhos sobre os perigos a que podem vir a estar expostos (não invente quando não tem certeza do que dizer, ... informe-se, caso contrário pode perder a credibilidade e futuras oportunidades de construção conjunta). Ensine-os a navegar com segurança e incentive-os a compartilhar consigo experiências online suspeitas ou desagradáveis. Aconselhe. Apoie. Não castigue.


  • Seja um exemplo positivo:  Limite o seu próprio uso da internet na frente das crianças - demonstre como usar a tecnologia de forma responsável. Seja o exemplo. Incentive o diálogo familiar, crie programas familiares, envolva e responsabilize os seus filhos nas rotinas da família (E ouça-os, não "os perca", não deixe campos abertos para o "consolo digital").

  • Promova atividades offline: Incentive seus filhos a participarem de atividades físicas, brincadeiras ao ar livre, pequenas caminhadas, leitura e outras atividades que não envolvam a internet. Faça programas com outros pais (colegas seus, pais de colegas de infantário, da escola, amigos, ...).


  • Procure ajuda profissional:  Se está preocupado com o uso da internet por seu filho (ou até para si mesmo) procure ajuda.

Em resumo:


  • A infância é uma fase crucial para o desenvolvimento físico, mental e emocional das crianças.

  • O uso da internet deve ser feito com moderação e acompanhamento parental.

  • É fundamental criar um ambiente offline e online seguro e positivo para as crianças.

  • A comunicação aberta e o diálogo sincero entre pais e filhos são essenciais para prevenir os riscos do uso precoce e desajustado da internet.

  • Pessoalmente adoro tecnologia. Uso no trabalho, no lazer, em dispositivos de saúde, em "ebook reader", no relógio, em casa - e por aí fora. Mas a Internet chegou até mim já adulta. Com um percurso construído em termos pessoais, relacionais, académicas e profissionais - que a Internet permitiu e permite facilitar.

  • É esta maturidade, ou pelo menos alguma dela, que deve ser assegurada para bem dos nossos jovens - e até já das nossas crianças - algumas quase bebés - já expostas à tecnologia. Os estudos assim o provam.

  • O uso da internet pelas crianças pode trazer muitos benefícios - e traz, no momento certo - mas é fundamental que os pais e professores estejam atentos aos riscos e tomem medidas para preveni-los. 

  • Através de um diálogo aberto, regras claras e acompanhamento adequado, e exemplo, podemos garantir que as crianças usem a internet de forma segura e responsável, aproveitando seus benefícios sem comprometer seu desenvolvimento.

  • Já escrevi antes sobre este assunto. E, dada a sua relevância e impacto social, familiar - e até na saúde mental, voltarei a ele.

  • É que a Internet é como uma faca: indispensável mas perigosa se usada sem as necessárias precauções.


Como a usa? E os seus filhos? E os seus alunos? E os seus netos? Como os acompanha nesse uso?



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