Tal como mencionado neste blog vários dos meus livros por aqui vão passar. Hoje vamos ter como referência a obra "Hipnose Clínica: teoria, pesquisa e prática" a amparar a minha reflexão pessoal. Esta "ajuda os profissionais de saúde a entender o que é a hipnose clínica e a sua imensa utilidade". É o resultado do trabalho de coordenação de dois docentes da Faculdade de Medicina de Lisboa*, cuja nota bibliográfica (resumida) se inclui abaixo.
Para maior facilidade de leitura (que importa salvaguardar num tema ainda cheio de mal-entendidos) o texto vai seguir uma orientação semelhante à de uma lista. Vamos começar por usar hoje a sintética mas esclarecedora contracapa do livro para fonte informativa:
A história da hipnose inicia-se na Antiguidade. A ela foram sendo associados falsos mitos e crenças, que a evidência científica hoje permite negar com segurança. Por isso hoje a hipnose clínica tem aplicações de "saúde somática e mental".
Os neurocientistas têm manifestado interesse clínico crescente "como objeto de investigação e modelo de funcionamento da consciência, sendo ambas as perspectivas cientificamente comprovadas."
Há publicações que traduzem evidência científica "sobre a validade da hipnose clínica sobre patologias gastrointestinais (...)" estão ainda a despertar interesse científico "as doenças por disrupção imunológica".
Os autores da obra que se vem mencionando referem ainda que a hipnose é agora reconhecida como "uma forma segura, eficiente e pouco dispendiosa a acrescentar aos modelos da prática clínica anestésica. na odontologia, por exemplo, pode ser usada para controlar a ansiedade e a dor. Em situações traumáticas emocionais poderá ser um catalizador na reorganização de recursos internos dos doentes".
Fala-se ainda da hipnose clínica como "misterioso salto da mente" buscando-se o seu conhecimento "à luz das modernas conquistas da psicologia e da neurofisiologia, sobretudo da relação de cura mente/corpo".
Vamos agora viajar brevemente ao interior de "Hipnose Clínica: teoria, pesquisa e prática"(que não desperdiçaremos em reflexões futuras):
Aí se reafirma que " a hipnose é, de facto, um efeito psicofisiológico e psicossocial indubitavelmente evidente, com, como vimos, diversas aplicações nos campos da medicina, da enfermagem e da clínica psicológica: permite racionalizar custos de saúde, potencia efeitos de terapêuticas médicas, psicológicas e de enfermagem e melhora aspetos comportamentais relacionados com as aprendizagens escolares e com o próprio rendimento no trabalho".
Talvez ache curiosa esta informação: a hipnose pode ocorrer de forma espontânea: nunca lhe aconteceu estar a ver televisão e nem perceber que alguém a/o falou consigo? Nunca deu consigo a conduzir "em automático" num lugar que conhece bem e de repente percebe que está no ponto C e nem deu por passar por B?
O que aconteceu? Ocorreu "um estado de excessiva concentração da atenção num determinado item" denominado "transe hipnótico". Na hipnose clínica esse mesmo estado é induzido para permitir uma atuação terapêutica.
A minha experiência com hipnose clínica: durante a minha formação fizemos observação de práticas da responsabilidade do professor. De colegas. Praticámos entre nós. Terminado o curso tenho feito uso regular. O que dizer da experiência? É difícil colocar em palavras os resultados, falar da sua enorme potencialidade de uso, já atrás mencionada pelos organizadores do livro que escolhi para nos acompanhar . Alguns resultados são imediatos e "fortes", outros surgem na maturidade dos dias, podem manifestar-se de forma subtil mas com a firmeza necessária, ... conforme o caso, conforme a pessoa e a sua circunstância. Terá as suas limitações certamente - mas a verdade é que me me maravilho e surpreendo a cada sessão em que a aplico (por exemplo: controlo da dor, redução do stress e ansiedade, tratamento de fobias e medos, melhoria do sono, apoio no controlo de vícios, enxaquecas, síndrome do cólon irritável, baixa auto-estima, ...).
*Breve referência bibliográfica: José M. Marto (Psicoterapeuta, docente e coordenador de Cursos de Hipnose Cínica - Faculdade de Medicina de Lisboa e Hospital Amato Lusitano. Mário P. Simões (Professor Agregado de Psiquiatria e Saúde Mental e de Introdução às Ciências da Consciência. Diretor do Curso de pós-graduação em Hipnose Clínica e Experimental da Faculdade de Medicina de Lisboa (coordenação). Ambos cofundadores da Associação Luso-Brasileira de Psicologia Transpessoal e da Associação Portuguesa de Hipnose Clínica e Experimental. 2018. Lidel - Edições Técnicas Lda. Lisboa.
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