Talvez se estivesse face a face comigo me dissesse que não vê a sua filha ou o seu filho em pose meditativa... e compreendo que assim pense. Tenho uma boa notícia: a singularidade da pessoa dita a singularidade da forma como pratica mindfulness. Não há um modelo único e universal onde todas as crianças e jovens têm de caber. O mesmo com os adultos.
Independentemente da forma e do porquê de praticar mindfulness este oferece um tempo de calma e clareza que muita falta faz nos dias que correm.
Segundo o Dalai Lama se "ensinarmos meditação a crianças a partir dos oito anos, podemos eliminar a guerra e a violência numa só geração». Ou seja, a responsabilidade e a possibilidade moram em nós, pais (e professores, escolas, Ministério da Educação).
O mundo não é sempre um lugar tranquilo e amigável. Se acompanharmos os nossos filhos com os instrumentos certos saberão como lidar com os desafios, aprendendo com eles - fortalecendo-se.
Desafios, desconforto, sofrimento... fazem parte da nossa vida - não temos como evitar que os nossos filhos os sintam de uma forma ou doutra, em maior ou menor grau - estar vivo é, também, isto!
Precisam de se queixar, cair da bicicleta, raspar os joelhos, sofrer porque o primeiro amor bateu asas, discordar dos pais, achar que o amigo vale zero depois de não o ter convidado para ir jogar padle, quando convidou outros, ... discordar das notas de matemática e da professora que embirra com ela/e... e que dizer do espelho que lhe mostra as borbulhas de acne agora que o Festival X está à porta? (E muito mais que isto, sim, sabemos que há dores maiores).
A prática de mindfulness sara e acalma, aceita o presente, sem julgamentos, sendo amáveis e compassivos, mesmo connosco.
Não o evita com distrações, que nos permitem ignorar e mascarar as queixas internas com mais um vídeo, um jogo, uma volta pelas redes sociais).
Desconetar-se do que se sente leva à luta interna com o que se sente, o que se pensa
com o que se faz (aqui entram as adições, autoagressões, ... em casos mais graves).
A investigação mostra que a prática de mindfulness
desenvolve a inteligência emocional,
promove a curiosidade
promove o compromisso,
promove a felicidade,
ajuda a estar centrado,
ajuda a aprender e a tomar melhores decisões.
Estes curtos exemplos de efeitos favoráveis revertem a favor do contexto relacional alargado do praticante (pessoal, académico e profissional). Não os tornando, portanto, passivos ou débeis - bem ao contrário.
Praticar na comunidade, num retiro ou em família são possibilidades enriquecedoras e tranquilas.
Pode, também, praticar-se sozinho, a partir de um Cd, de um áudio, ....
Logo que consiga disponibilidade para tal aqui deixarei algumas sugestões.
Até lá pare...respire....se os pensamentos vierem deixe-os vir... sem julgar.... volte a focar na sua respiração... repita o ciclo pelo tempo que conseguir... é algo simples, ao alcance mesmo dos mais inexperientes, mas eficaz para o seu cuidado e dos seus filhos/filhas.
Que tal praticarem juntos?💝
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