A ansiedade é uma resposta natural do corpo a situações de stress, podendo ser considerada como um estado de alerta que nos prepara para lidar com desafios. No entanto ela é um sintoma. Não o problema!
Apesar disso é de notar que a ansiedade crónica e não controlada, pode ter um impacto muito negativo na saúde mental.
Vivemos hoje num mundo em mudança (demasiado?) constante e acelerada. Onde a pausa é luxo e o stress reina.
Essa mudança afeta a forma como vivemos, como trabalhamos, como nos relacionamos. Vivemos entre pressas e urgências que o corpo vive - e a que reage.
As origens da ansiedade podem estar ainda relacionadas com predisposições genéticas, experiências traumáticas, stress crónico, entre outros fatores. Sendo que cada pessoa é única com a sua história, personalidade e circunstância é preciso ir para além do sintoma, se quisermos introduzir melhorias significativas com vista ao restabelecimento da sua harmonia interna.
Consequências da ansiedade em termos pessoais e sociais
As consequências na saúde mental da pessoa que sofre de ansiedade podem ser devastadoras. De sintomas físicos como dores de cabeça e problemas gastrointestinais, até sintomas psicológicos como ataques de pânico e depressão, a ansiedade pode afetar todos os aspetos da vida de uma pessoa. Além disso, o impacto social da ansiedade não deve ser subestimado, uma vez que pode levar ao isolamento social, dificuldades nas relações interpessoais e até mesmo ao afastamento do mercado de trabalho.
Como prevenir a ansiedade e reduzir o seu impacto?
No que diz respeito à prevenção da ansiedade, é fundamental adotar estratégias de gestão do stress, promover um estilo de vida saudável que inclua uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercício físico, bem como outras atividades prazerosas, de acordo como o gosto e possibilidades de cada um.
É aconselhável procurar ajuda profissional, sempre que necessário, para retoma do equilíbrio e bem-estar geral, evitando assim o agravamento dos sintomas e o confronto com um quadro de ansiedade patológica, progressivamente mais complexo e impactante na qualidade de vida (ataques de pânico, medo,...).
É importante sensibilizar a sociedade para a importância de compreender e apoiar as pessoas que sofrem de ansiedade, combatendo o estigma associado a esta condição.
Como refere Sara Crispim*, a ansiedade é por vezes difícil de aceitar, até por quem a sente: não se vê, não se palpa - embora possa doer como se de ferida aberta se tratasse.
Outros aspetos relevantes a considerar incluem a importância do autocuidado, globalmente considerado, tornando a pessoa parte ativa responsável na sua prevenção/recuperação.
O recurso à utilização da terapia holística* é uma das possibilidades disponíveis para abordar a ansiedade. As várias técnicas ao dispor podem ser um instrumento eficaz para restaurar a qualidade de vida e promover o bem-estar global (mental, emocional, físico e até espiritual - para quem o considere).
É eficaz no tratamento da ansiedade a promoção de um ambiente seguro e acolhedor para as pessoas que sofrem desta condição.
Espero que este artigo tenha fornecido informações úteis sobre a ansiedade e a sua abordagem holística.
Voltarei a este assunto com informação de natureza mais prática.
Notas:
*Psicóloga clínica autora do livro "A ansiedade não manda em mim"
**Terapia Holística (conceito breve): consiste num conjunto de técnicas que visam promover a melhoria da saúde buscando alcançar alívio, tranquilidade e a consequente restauração da harmonia da mente, da emoção e do corpo.
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