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Foto do escritorO Jardim das Terapias

A (In)felicidade e as expetativas das mulheres portuguesas. 🙁

Atualizado: 3 de jan. de 2024

Um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos, avaliou o grau de felicidade e expetativa das mulheres portuguesas. A conclusão é que existe muito (muito!) espaço para melhorar... Vamos aqui seguir o estudo mencionado no site da TSF.


Vamos saber até onde foram cumpridas "as expectativas que as mulheres tinham relativamente à vida e qual o grau de felicidade com a mesma". Faremos citação direta por referência à fonte, evitando interferir na informação veiculada:


"(...) menos de metade das mulheres sentem-se felizes ou muito felizes, duas em cada dez dizem-se quase felizes e um terço mostram-se infelizes com a vida, segundo o estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS)."



"No que diz respeito ao aspeto físico, por exemplo, o mais habitual é que as mulheres se sintam infelizes com a silhueta, sendo que as lésbicas sentem-se três décimas mais felizes com o aspeto físico que as heterossexuais."



Mulher sozinha, pensativa, face ao telefone.
Nas mulheres entre os 35 e os 49 anos, a felicidade diminui em quase todas as facetas.



"Entre os 18 e os 27 anos, as mulheres sentem-se felizes com quase metade das "facetas" que afetam a sua vida: o companheiro, as amigas, os amigos, a mãe e os irmãos."


"Na faixa etária seguinte, entre os 28 e os 34 anos, os filhos roubam ao companheiro a primeira posição no ranking de felicidade."


"Já nas mulheres entre os 35 e os 49 anos, a felicidade diminui em quase todas as facetas: o companheiro é a faceta que tem a pior pontuação, sendo que da terceira posição passa a ocupar a quinta. Ou seja, nesta faixa etária, as mulheres dizem-se felizes com quatro facetas: filhas, amigas, amigos e mãe."


"Na barreira dos 50 anos, as mulheres sentem-se felizes também com os netos."


"O companheiro e a mãe são as únicas facetas que mudam de estatuto com a idade. Nas primeiras faixas etárias, situam-se na área de conforto e depois passam à zona intermédia."


"O companheiro é o que mais afeta a felicidade. Ter um companheiro com quem se sentem infelizes é pior do que não ter companheiro nenhum. Por outro lado, ter um companheiro com quem se sentem muito felizes afeta a felicidade com a vida de forma muito positiva."


"Por outro lado o aspeto físico, o bem-estar, o tempo para si própria é a segunda faceta mais determinante para a felicidade."

mulher sentada na cama, dobrada sobre si mesmo. Livro sobre a mesa de cabeceira e um copo com água.
Em Portugal, menos de metade das mulheres sentem-se felizes ou muito felizes, duas em cada dez dizem-se quase felizes e um terço mostram-se infelizes com a vida, segundo o estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

A leitura dos estudos nunca é isenta de subjetividade - mesmo quando pretende ser objetiva. É sempre marcada pela pessoa e a sua circunstância específica, de que fala Hortega y Gasset (filósofo e ensaísta). Estando em Portugal, na Europa, no século XXI, esperava mais elevado grau de felicidade e da expetativas das mulheres portuguesas - não pareço estar só nesta leitura... infelizmente.

Apontamento breve:


no estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) no que se refere à partilha de tarefas e educação dos filhos foi mencionado que das mulheres entrevistadas "com um filho ou neto até aos cinco anos dedicam um total de 82% do tempo a cuidar da criança e a tratar das tarefas domésticas, acabando por ficar com menos de uma hora por dia para si próprias."


Se cruzarmos esta informação com a veiculada acima ("Por outro lado o aspeto físico, o bem-estar, o tempo para si própria é a segunda faceta mais determinante para a felicidade.") facilmente parece poder concluir-se que, apesar de olharmos apenas para a vertente tempo para si própria que sim, o grau de felicidade e bem-estar das mulheres em Portugal parece estar gravemente comprometido - sem espaço para a pessoa, sem espaço para o autocuidado.


Se tivermos em consideração que a igualdade na divisão de tarefas domésticas e educação dos filhos será alcançado em 180 anos parece poder inferir-se que a sobrecarga das mulheres, em Portugal é efetiva e o tempo que dispõem para si é diminuto.


Consequências: redução do bem-estar, aumento de ansiedade e do stress, ou seja, impacto negativo na saúde em geral e na saúde mental.


Talvez tenha ficado surpreendida/o com estas conclusões. Talvez as mesmas tenham sido um pretexto para uma breve reflexão sobre si mesmo, homem ou mulher.


Quer partilhar essa reflexão? Ou dar opinião sobre o próprio estudo?


*O estudo Quem são, o que pensam e como se sentem as mulheres em Portugal, "foi coordenado pela investigadora Laura Sagnier. Foram entrevistadas 2428 mulheres - entre os 18 e 64 anos a viver em Portugal. A amostra que representa perto de 2.7 milhões de mulheres no país."

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